quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dilma 45% e Serra 29%

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17/08/2010 - 19h34

Vox Populi mostra Dilma com 45% e Serra com 29%
Do UOL Eleições

Em São PauloPesquisa do instituto Vox Populi divulgada nesta terça-feira (17) no Jornal da Band, mostra a candidata petista à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, com 16 pontos de vantagem sobre o segundo colocado o tucano José Serra. De acordo com os números, se a eleição fosse hoje, a petista seria eleita no primeiro turno já que a quantidade de votos obtida é superior à soma dos votos dos demais concorrentes.



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Dilma aparece com 45% das intenções de voto, contra 29% de Serra. A candidata do PV, Marina Silva, tem 8%. Os demais candidatos não alcançaram 1% das intenções de voto.
Votos brancos e nulos somaram 5% e indecisos 12%. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos.
Foram entrevistadas 3.000 pessoas entre os dias 7 e 10 de agosto. A pesquisa Vox Populi/Band/iG está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 22.956 /2010.
Na pesquisa anterior do Vox Populi, divulgada em 22 julho de 2010, Dilma tinha 41% das intenções de voto, contra 33% Serra e 8% de Marina. Num eventual segundo turno, a petista venceria o ex-governador de São Paulo por 46% a 38%.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A 100ª Pesquisa CNT/Sensus

http://bit.ly/8yykth
RESULTADO DA 100ª PESQUISA CNT SENSUS

01/02/10 • Comente

Brasília, 1º/02/2010

A 100ª Pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (1), em Brasília, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), registra que o Índice Avaliação situa-se em 54,86 e o Índice Expectativa, em 74,10.

Em novembro de 2009, o Índice Avaliação situava-se em 49,83 e o Índice Expectativa, em 74,33.

O Índice Avaliação é formado pela ponderação das variáveis emprego, renda, saúde, educação e segurança pública para os últimos 6 meses, e o Índice Expectativa é formado pela ponderação das variáveis emprego, renda, saúde, educação e segurança pública para os próximos 6 meses.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

A avaliação positiva do Governo Luiz Inácio Lula da Silva situa-se em 71,4% e a negativa, em 5,8%. Em novembro de 2009, a positiva situava-se em 70,0% e a negativa, em 6,2%.

A aprovação do desempenho pessoal de Lula situa-se em 81,7% e a desaprovação em 13,9%. Em novembro de 2009, a aprovação do desempenho pessoal de Lula situava-se em 78,9% e a desaprovação, em 14,6%.

ELEIÇÕES 2010 – 1º TURNO

A Pesquisa CNT Sensus quis saber em quem o eleitor brasileiro votaria (em votação espontânea) para Presidente da República em 2010: Lula, 18,7%; Dilma Rousseff, 9,5%; José Serra, 9,3%; Aécio Neves, 2,1%; Marina Silva, 1,6%; Ciro Gomes, 1,2%; outros, 1,9%; branco e nulo, 2,6%.

Propusemos, também, duas listas (pesquisa estimulada), cujos resultados foram os seguintes:

Primeira lista: José Serra, 33,2%; Dilma Rousseff, 27,8%; Ciro Gomes, 11,9%; Marina Silva, 6,8%; sem candidato, 20,4%. Em novembro de 2009, os índices eram, respectivamente, 31,8%, 21,7%, 17,5%, 5,9% e 23,2%

Segunda lista: José Serra, 40,7%; Dilma Rousseff, 28,5%; Marina Silva, 9,5%; sem candidato, 21,4%. Os números em novembro de 2009 eram, respectivamente, 40,5%, 23,5%, 8,1% e 28,0%.

ELEIÇÕES 2010 – 2º TURNO

A Pesquisa CNT Sensus fez simulação, também, para um eventual segundo turno para a Presidência da República:

Primeira opção: José Serra, 44,0%; Dilma Rousseff; 37,1%; sem candidato, 19,0%. Em novembro de 2009 os números eram: 46,8%, 28,2% e 25,1%, respectivamente.

Segunda opção: José Serra, 47,6%; Ciro Gomes, 26,7%; sem candidato, 25,8%. Os números em novembro de 2009 eram: 44,1%, 27,2% e 28,7%, respectivamente.

Terceira opção: Dilma Rousseff, 43,3%; Ciro Gomes, 31,0%; sem candidato, 25,8%. Os números em novembro de 2009 eram: 31,5%, 35,1% e 33,5%, respectivamente

LIMITE DE VOTO

A Pesquisa CNT Sensus mediu, ainda, o limite de voto dos potenciais candidatos à Presidência da República:

Para 17,9%, Dilma Rousseff é a única candidata em quem votariam; já para 38,5%, Dilma é uma candidata em quem poderiam votar; 28,4% disseram que não votariam de jeito nenhum e 9,4% não conhecem/não sabem quem é.

Para 15,4% dos entrevistados, José Serra é o único candidato em quem votariam; para 45,4%, um candidato em quem poderiam votar; 29,7% não votariam de jeito nenhum e 4,1% não conhecem/não sabem quem é.

Para 8,2%, Ciro Gomes é o único candidato em quem votariam; para 47,3%, um candidato em quem poderiam votar; 30,3% disseram que não votariam de jeito nenhum e 7,8% não conhecem/não sabem quem é.

Para 6,9%, Marina Silva é a única candidata em quem votariam; para 23,4%, uma candidata em quem poderiam votar; 36,6% não votariam de jeito nenhum e 27,2% não conhecem/não sabem quem é.

NÍVEL DE INFORMAÇÃO

A Pesquisa CNT/Sensus quis saber como o brasileiro vê o seu próprio nível de informação: 55,6% se consideram mais ou menos informados; 24,7% pouco informado e 19,2% muito informado. Em março de 1998, os índices eram, respectivamente, 56,0%, 30,0% e 13,0%.

SATISFAÇÃO COM O PAÍS

48,0% dos entrevistados disseram que o seu nível de satisfação com o país, nos últimos seis meses, está aumentando; para 37,4%, continua igual e para 13,9%, está diminuindo. Em março de 1998, esses índices eram, respectivamente, 15,0%, 47,0% e 36,0%.

ORGULHO DE SER BRASILEIRO

O orgulho por ser brasileiro tem aumentado, nos último seis meses, para 52,8% dos entrevistados; para 38,5%, continua igual e para 7,8%, tem diminuído. Em setembro de 1998, os índices eram 26,0%, 59,0% e 12,0%, respectivamente.

ANO ELEITORAL

42,1% dos entrevistados pela Pesquisa CNT/Sensus disseram ter um interesse médio pelas eleições presidenciais deste ano; 31,3% disseram não ter interesse algum e 25,5%, que têm muito interesse. Em março de 2002, esses índices eram, respectivamente, 35,9%, 45,5% e 17,9%.

ESCOLHA DO PRESIDENTE

A Pesquisa CNT Sensus quis saber o que o eleitor leva mais em conta na hora de votar para presidente da República: 55,5% disseram que a própria opinião; 14,2%, a opinião de amigos e parentes; 13,8%, o que veem na televisão; 6,3%, a propaganda eleitoral gratuita; 3,9%, o que sai nos jornais; 2,5%, o que ouvem no rádio e 2,2%, a opinião do seu líder religioso.

AVALIAÇÕES SETORIAIS

Foi pedido ao entrevistado que avaliasse, por meio de notas (de zero a dez), cinco setores de atuação do governo federal, com o seguinte resultado (média): escola pública, 6,5; transporte, 5,8; rede pública de saúde, 5,1; estradas, 5,1 e segurança pública, 4,9.

CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES

Quisemos saber ainda qual é o grau de confiança do brasileiro nas instituições: 69,8% disserem confiar sempre ou na maior parte das vezes nas Forças Armadas; 49,8%, na imprensa; 40,1%, no governo; 37,8%, na Justiça; 37,5, na Polícia; 36,0%, no Serviço Público; e no Congresso Nacional, 9,3%.

PENA DE MORTE

55,2% dos entrevistados disseram se contra a pena de morte e 41,2%, a favor.

LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

73,5% são contra a legalização do aborto e 22,7%, a favor.

CIGARRO E BEBIDA ALCOOLICA

74,1% são contrários ao uso do cigarro ou de qualquer outro tipo de fumo e 67,4%, ao uso de bebidas alcoólicas.

PROBLEMAS DO PAÍS

A violência e a criminalidade são o que mais incomodam 22,9% dos brasileiros, seguidos das drogas (21,2%), do desemprego (19,0%), da falta de oportunidades de trabalho (8,0%) e do sistema de saúde (6,7%).

ECONOMIA/TRABALHO

48,9% dos entrevistados pela Pesquisa CNT Sensus já pensaram em trabalhar por conta própria e 27,9% já trabalham dessa maneira.

Dos que trabalham, 52,2% estão satisfeitos.

Uma boa formação profissional é, para 50,0%, o mais importante para se conseguir um emprego; para 26,9%, o mais importante é ter estudo.

IMPOSTOS E SERVIÇOS

Os impostos, no Brasil são altos, para 86,8% e os serviços públicos prestados, se comparados com a carga tributária brasileira, para 81,3%, são ruins/regulares.

VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE

Para 40,6% dos entrevistados, a cidade onde moram é pouco ou nada violenta; enquanto 33,0% a consideram violenta.

CORRUPÇÃO

69,4% entendem que a corrupção está aumentando no Brasil; para 21,8%, a corrupção continua como sempre esteve. Em setembro de 1998, esses índices eram, respectivamente, 56,0% e 32,0%.

UNIFICAÇÃO DAS POLÍCIAS

68,5% dos entrevistados são favoráveis à unificação das polícias militar e civil.

LAZER

Assistir TV é para 27,5% a principal fonte de lazer; para 12,2%, é viajar; para 7,9%, jogar futebol; para 7,1%, ouvir música; para 6,9%, ir à praia, e para 6,4%, dançar.

ASSOCIATIVISMO

A Pesquisa CNT Sensus quis saber se o brasileiro é ligado a algum tipo de associação (sindicato, partido político, ONG etc.): 82,5% responderam que não.

INTERNET

24,2% dos entrevistados têm computador e fazem uso da internet em casa e 14,3% em casa e no trabalho.

28,6% responderam, também, que pretendem adquirir um computador nos próximos 12 meses.

CONCLUSÃO

Com relação às intenções de voto para as eleições presidenciais, a ministra Dilma Roussef apresenta crescimento em todos os cenários, aparecendo em primeiro lugar pela primeira vez na pesquisa espontânea.

Na primeira lista estimulada para o primeiro turno a pré-candidata do PT cresce 6,1% em relação à pesquisa de novembro de 2009; e 5% na segunda lista.

Os resultados demonstram que o nome de Dilma Roussef vem crescendo na disputa e consolida-se como candidata competitiva.

A popularidade do presidente Lula e seu governo continua em alta, o que pode ser explicado, mais uma vez, como conseqüência dos bons números da economia, os resultados positivos das políticas sociais do governo e o alto índice de emprego.

Fonte: CNT/Sensus.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dezessete Anos do ECA

DEZESSETE ANOS DO ECA


 Ernando Correia de Oliveira

Passaram-se mais de quarenta anos da Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada pela Assembléia Geral da ONU em 20 de novembro de 1959 e quase dezessete anos do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, (Lei Federal 8.069 de 13 de julho de 1990). Muitas coisas foram feitas no sentido de garantir os princípios preconizados pela lei e muitas vezes dificultados por uma diversidade de fatores que constituem a realidade, caracterizando sua complexidade e exigindo um esforço do conjunto da sociedade em buscar do tão sonhado direito de viver uma vida digna.
Ainda depois de dezessete anos enfrentamos muitas dificuldades e resistência na implementação da Doutrina da Proteção Integral, devido à falta de compromissos históricos de nossa sociedade e principalmente daqueles que governam este país desde a invasão em 1500. Mas por outro lado percebemos que muitos esforços foram feitos para garantir os principais direitos da criança e do adolescente, direitos esses para a sua sobrevivência.
Só depois de 1990 com a promulgação da ECA, foi possível tornar a política pública para infância e adolescência objeto de deliberação pelo poder público e pela sociedade cível; foi depois de ECA que se tornou possível à sociedade brasileira denunciar a exploração sexual infantil, em Cabrobó e Trindade no Sertão Pernambucano, no ABC Paulista, em Porto Ferreira São Paulo, neste último resultou na prisão de 5 (cinco) vereadores e vários empresários; foi depois do ECA que podemos contemplar com os mas avançados métodos e mecanismos viável para o combate a exploração do trabalho infantil e sexual contra nossas crianças; foi com o ECA que alguns indivíduos foram presos em Diadema ABC Paulista, acusados de abusar sexualmente de crianças; foi depois do ECA que as políticas voltada para crianças e adolescente ganharam rubrica obrigatória nos orçamento públicos dos municípios, estados e União e por fim foi depois do ECA que a sociedade brasileira pode contar com indivíduos pagos com. dinheiro. Público para garantir, fiscalizar e defender direitos, falo dos conselheiros tutelares, órgãos municipais criado pela Lei Federal, intitulados de autoridade publica local, designado a defender a sociedade criança e adolescente brasileira.
Mas percebemos que depois de dezessete anos ainda temos muito que conquistar, temos dificuldades para fazer valer o que mencionei acima devido falta de vontade de nossos governantes e da falta de compreensão de nosso povo, que não tem disposição para fazer valer as conquistas que o ECA traz para a sociedade; mesmo depois de quase duas década ainda nos deparamos no cotidiano com práticas totalitárias e conservadores, impossibilitando o sucesso dos mecanismos de controle dos direitos introduzidos pelo ECA. Os conselhos de direitos, por exemplo, representa um grande avanço na elaboração e definição das políticas públicas voltada para criança e adolescente, nem sempre os governos respeitam sua autonomia, geralmente estão debaixo das asas de pessoas que não tem conhecimento nem compromisso com a luta histórica da infância, que centraliza e impõe as decisões de “goela abaixo” para a sociedade civil, desrespeitando assim os princípios democráticos preconizados pela Constituição Federal de 1988.
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz para a sociedade brasileira um conjunto de valores humanos, que exigem desta uma mudança de rumo, exige de todos nós reflexão sobre nossas atitudes frente às práticas com crianças e adolescentes. Enfim o Estatuto da Criança e do Adolescente nada mais é do que um projeto de homem, de sociedade, de mundo; é um adolescente que completa dezessete anos de idade, cheio de energia e vontade de viver uma vida digna, de concluir sua missão e muitas vezes os obstáculos a enfrentar parecem que tem sido maior, mas fica aqui um apelo para todo o conjunto de nossa sociedade: leia, compreenda, lute e coloque o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA em pratica; não se omita perante o nosso presente e principalmente com o nosso futuro que são nossas crianças.


Julho de 2007

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pai dos Pobres

Revista Alemã DER SPIEGEL desce elogios ao Presidente Lula e a coloca como um astro popular, veja:

http://www.uol.com.br/
uol Notícia Internacional

25/11/2009

"Pai dos Pobres" provocou milagre econômico no Brasil

Jens Glüsing

O Brasil é visto como uma história de sucesso econômico e sua população reverencia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um astro. Ele está na missão de transformar o país em uma das cinco maiores economias do mundo por meio de reformas, projetos gigantes de infraestrutura e explorando vastas reservas de petróleo. Mas ele enfrenta obstáculos.

Elizete Piauí aguarda pacientemente por horas à sombra de uma mangueira. Ela calça sandálias de plástico e veste um short largo sobre suas pernas finas. A 40ºC, o ar tremula neste dia incomumente quente na Barra, uma pequena cidade no sertão, o coração do Nordeste brasileiro. Mas Elizete não se queixa, porque hoje é seu grande dia, o dia em que se encontrará com o presidente, que está trabalhando para fornecer água encanada para sua casa.

Em Sertania (Pernambuco), Lula vistoria as obras da transposição das águas do rio São Francisco

O barulho de um helicóptero sinaliza sua chegada. A aeronave branca sobrevoa a multidão antes de pousar. Uma escolta de batedores acompanha o presidente até a cerimônia.

Lula sai da limusine vestindo uma camisa branca de linho e um chapéu militar verde. Ignorando os dignitários locais em seus ternos pretos, Lula segue direto para a multidão atrás de uma barreira de segurança. "Lula, Papai!", chama Elizete. Ele a puxa até seu peito e aperta a mão de outros na multidão, permitindo que as pessoas o toquem, façam carinho e o abracem. Gotas de suor correm pelo seu rosto corado enquanto pessoas o puxam pela camisa, mas Lula se deixa embeber na atenção. Ele se sente em casa aqui, em uma das regiões mais pobres do Brasil.

O presidente passa três dias viajando pelo sertão. Ele conhece a rota. Ele veio à região pela primeira vez há 15 anos, em campanha, viajando de ônibus e ficando hospedado em locais baratos. Ele fazia paradas em todas as praças, sete ou oito vezes por dia, geralmente realizando seus discursos na traseira de um caminhão. Sua voz geralmente ficava rouca e fraca à noite e ele tinha que trocar sua camisa suada até 10 vezes por dia.

'Ele ainda é um de nós'

Agora ele viaja de helicóptero e carros blindados, com os carros da polícia, com suas luzes piscando, abrindo o caminho ao longo das estradas. Voluntários montam aparelhos de ar condicionado e bufês nos aposentos de

Lula, às vezes até mesmo estendem um tapete vermelho. A imprensa critica as despesas, mas isso não incomoda a maioria dos brasileiros, porque eles têm orgulho de seu presidente. Ele chegou ao topo, eles argumentam, então por que não desfrutar de seu sucesso? "Ele ainda é um de nós", diz Elizete, "porque ele é o pai dos pobres".
Lula está familiarizado com o destino dos nordestinos pobres do Brasil. Ele nasceu no sertão, mas sua mãe colocou seus filhos na traseira de um caminhão e os levou para São Paulo, 2 mil quilômetros ao sul. A posterior ascensão de Lula ao poder começou nos subúrbios industriais de São Paulo. Sua mãe foi uma das centenas de milhares de pessoas carentes que deixaram o sertão atormentado pela seca, com seus campos ressecados e animais morrendo de sede, e migraram para o sul mais rico, para trabalhar como porteiros, garçons, operários de construção ou empregados domésticos.

Em um plano para tornar verde esta região árida, Lula está explorando as águas dos 2.700 quilômetros do Rio São Francisco, um rio vital para grandes partes do Brasil. O rio fornece água para cinco Estados, mas ele passa em torno do Sertão. Segundo o plano de Lula, dois canais desviarão água do rio por 600 quilômetros até as áreas atingidas pela seca. "É o mínimo que posso fazer por vocês", Lula diz às pessoas na Barra.

Projeto controverso

O megaprojeto, que exige a superação de uma diferença de altitude de 200 metros, tem um custo estimado de R$ 6,6 bilhões. Lula posicionou soldados na região para escavar os canais. Oito mil trabalhadores labutam nos canteiros de obras enquanto tratores e escavadeiras movem a terra pela estepe. Se tudo correr bem, 12 milhões de brasileiros se beneficiarão com o projeto de transposição de águas, que deverá ser concluído em 2025. É o maior e mais caro projeto de Lula, assim como provavelmente seu mais controverso.

Aqueles que o apoiam comparam Lula ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, que represou o Rio Tennessee nos anos 30, para fornecer eletricidade à região, e que lançou o New Deal, um imenso programa de investimento para superar a Grande Depressão. Mas os críticos veem a obra como um imenso desperdício de dinheiro. O projeto também atraiu a ira dos ambientalistas e até mesmo o bispo da Barra já fez duas greves de fome contra ele. Ele teme que o projeto de transposição das águas secará ainda mais o rio, alegando que a irrigação beneficiaria principalmente o setor agrícola.

O bispo não está presente. Dizem que ele está participando de reuniões fora da cidade. Na verdade, o religioso está mantendo discrição. As críticas ao presidente são desaprovadas por sua congregação. Lula fala a linguagem das pessoas comuns, contando histórias de sua juventude aos seus simpatizantes, histórias dos tempos em que sua mãe o enviava para buscar água e ele voltava para casa equilibrando um balde pesado sobre sua cabeça. Ele tinha cinco anos na época.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (à frente), com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, exibe mãos sujas de petróleo na plataforma P-34, em Vitória, Espírito Santo

O Brasil já foi chamado de "Belíndia", um termo cunhado por um empresário que via o vasto país como uma mistura entre a Bélgica e a Índia, um lugar com riqueza europeia e pobreza asiática, onde o abismo entre ricos e pobres parecia intransponível. Lula foi o primeiro a construir uma ponte entre os dois Brasis.

Agora ele é tanto o queridinho dos banqueiros quanto ídolo dos pobres. Com o chamado presidente operário no comando, o Brasil está atraindo investidores de todas as partes do mundo. Jim O'Neill, o economista chefe do Goldman Sachs, inventou a sigla Bric para as economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China, prevendo um futuro brilhante para o gigante sul-americano. Mas seus colegas zombaram dele. A China e a Índia certamente tinham perspectivas, mas o Brasil? Por décadas o país era visto como um gigante acorrentado, atormentado por crises infindáveis e inflação.

Potência econômica ascendente

Mas hoje o "B" é a estrela entre os países Bric, com os especialistas prevendo um crescimento de até 5% para a economia brasileira em 2010. O Brasil está atualmente crescendo mais rápido do que a Rússia e, diferente da Índia, não sofre de conflitos étnicos ou disputas de fronteira. O país de 192 milhões de habitantes possui um mercado doméstico estável, com as exportações - carros e aeronaves, soja e minério de ferro, petróleo e celulose, açúcar, café e carne bovina - correspondendo a apenas 13% do produto interno bruto.

E como a China substituiu os Estados Unidos como maior parceira comercial do Brasil no início deste ano, o país não foi severamente afetado pela recessão no mercado americano como poderia ter sido. Os bancos do Brasil são fortes, estáveis e não encontraram grandes dificuldades durante a crise. Mais importante, entretanto, é o fato do Brasil ser uma democracia estável, ao estilo ocidental.

O país pagou sua dívida externa e até mesmo passou a emprestar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo acumulou mais de US$ 200 bilhões em reservas e o real é considerado uma das moedas mais fortes do mundo. Especialistas internacionais preveem uma década de prosperidade e crescimento para o país. Lula prevê que o Brasil será uma das cinco maiores economias do planeta em 2016, o ano em que o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos. O país será sede da Copa do Mundo de 2014.

E ainda há os recursos naturais aparentemente ilimitados do Brasil, vastas reservas de água doce e petróleo. O Brasil exporta mais carne do que os Estados Unidos. E a China estaria em dificuldades sem a soja brasileira. Nos hangares da fabricante de aviões, a Embraer, perto de São Paulo, engenheiros brasileiros constroem aviões para companhias aéreas de todo o mundo, incluindo aviões para trajetos menores para a Lufthansa.

Um patriarca extremamente popular

Em outras palavras, o presidente Lula tem bons motivos para estar repleto de autoconfiança. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o estão cortejando, enquanto Wall Street praticamente o venera. Ele é até mesmo tema de um novo filme, "Lula, o Filho do Brasil", que descreve a saga de sua ascensão de engraxate a presidente.

Carisma Patriarca extremamente popular, o líder brasileiro é até mesmo tema de um novo filme, "Lula, o Filho do Brasil", que descreve a saga de sua ascensão de engraxate a presidente do país

Todo o Brasil desfruta da fama de seu presidente que, há menos de sete anos no poder, atualmente conta com um índice de aprovação acima de 80%. A oposição praticamente desapareceu e o Congresso se tornou submisso. Lula dirige o país como um patriarca, tanto que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, o está acusando de "autoritarismo" e alertando que o Brasil está no caminho de um capitalismo estatal.

Há um quê de verdade nas alegações de Fernando Henrique. Lula nunca teve confiança na capacidade do mercado de curar a si mesmo e considera que o Estado deve moldar uma nova ordem social. Ele adora projetos impressionantes e gestos nacionalistas. Ele é pragmático, mas despreza especuladores. "Brancos com olhos azuis" levaram o mundo à beira da ruína financeira, ele disse recentemente. Ele falava dos banqueiros.

A crise financeira apenas confirmou o ceticismo de Lula em relação ao capitalismo. Lula acredita que o Brasil lidou melhor com a crise do que outros países porque o governo adotou medidas corretivas desde cedo. Segundo Lula, o combate à pobreza e a distribuição justa de renda não podem ficar aos cuidados do mercado.

Classe média crescente

Sob sua liderança, milhões de brasileiros ingressaram na classe média. A evidência dessa transformação social está por toda a parte: nos shopping centers do Rio e São Paulo, lotados de famílias barulhentas da periferia, ou nos aeroportos, onde mães jovens ficam na fila do balcão de check-in, aguardando para embarcar em um avião pela primeira vez em suas vidas. "A desigualdade entre ricos e pobres está começando a diminuir", diz o economista e especialista em estudos sobre a pobreza, Ricardo Paes de Barros.

A chave para aquela que provavelmente é a maior redistribuição de riqueza na história brasileira é o programa social Bolsa Família, sob o qual uma mãe carente que possa comprovar que seus filhos estão frequentando a escola recebe até R$ 200 por mês do governo. A primeira vista pode não parecer muito, mas este subsídio do governo ajuda milhões de pessoas a sobreviverem no Nordeste brasileiro.

Especialistas inicialmente criticaram o programa como sendo apenas uma esmola, mas agora ele é visto como um modelo mundial. Mais de 12 milhões de lares recebem os subsídios, com grande parte do dinheiro indo para o Nordeste. Graças ao programa Bolsa Família, a região antes atingida pela pobreza começou a prosperar. Muitos nordestinos abriram pequenas empresas ou lojas e a indústria descobriu o Nordeste como mercado. "Agora a região está crescendo por conta própria", diz Paes de Barros.

Lula foi abençoado pela sorte. Seu antecessor, Fernando Henrique, já tinha estabilizado a economia, que sofria com a hiperinflação, quando foi ministro da Fazenda em 1994. Ele impôs uma reforma da moeda ao país e implantou leis que forçaram o governo a adotar políticas com responsabilidade fiscal. Lula não mudou nada disso.

Não havia necessidade de Lula reinventar a política econômica e social do Brasil. O país tem uma tradição de controle total da economia pelo governo que remonta aos anos 30.

Leia outras reportagens de jornais internacionais

• Le Monde: Aspirações

de grandeza do Brasil na diplomacia mundial justificam a visita de Ahmadinejad

• El País: Espionagem andina no estilo da Guerra Fria

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um mediador diante dos conflitos mais complexos

• Le Monde: Em Puebla,

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O plano Marshall próprio do Brasil

Os centros nervosos da política econômica do país ficam abrigados em dois imponentes arranha-céus no centro do Rio. O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que conta com seus escritórios em uma torre de aço e vidro, foi criado com a ajuda americana e usando o KFW Banking Group da Alemanha como modelo. Ele financiou uma versão brasileira do Plano Marshall.

Nos anos 90, o BNDES administrou com sucesso a privatização de muitas estatais brasileiras. Hoje, ele fornece assistência a fusões e aquisições corporativas, ajuda empresas em dificuldades e financia os investimentos estratégicos do governo.

O BNDES é altamente respeitado. Acredita-se que seja em grande parte livre de corrupção e ele paga os mais altos salários do país. "Há um ano, os bancos estrangeiros batiam à minha porta perguntando se o Brasil estava preparado para a crise financeira", diz Ernani Teixeira, um dos diretores financeiros do banco. Teixeira conseguiu tranquilizá-los, notando que o BNDES tinha separado R$ 100 bilhões em reservas adicionais. No ano passado, o banco emitiu mais empréstimos e garantias de empréstimos do que o Banco Mundial - e até apresentou um lucro respeitável.

O segundo pilar do milagre econômico brasileiro fica diagonalmente no outro lado da rua: um bloco de concreto, iluminado à noite com as cores nacionais, verde e amarelo, é a sede do grupo de energia semiestatal Petrobras. A empresa planeja investir US$ 174 bilhões nos próximos quatro anos em plataformas de perfuração, navios e outros equipamentos para explorar as grandes reservas de petróleo além da costa do Brasil.

Há um ano e meio, a Petrobras descobriu novas reservas de petróleo sob o leito do oceano. Mas o petróleo será difícil de extrair, por estar situado abaixo de uma camada de sal em profundidades de pelo menos 6 mil metros. A expectativa é de que os poços comecem a produzir daqui pelo menos seis anos. A receita desse petróleo será depositada em um fundo que o governo usará principalmente para financiar novas escolas e universidades.

Lula apresentou recentemente uma legislação que regulamentaria a exploração das reservas de petróleo submarinas, fortalecendo assim o monopólio da Petrobras. Especialistas temem que Lula esteja criando um monstro corporativo poderoso e corruptível.

Obstáculos burocráticos

O imenso apagão que ocorreu simultaneamente em grandes partes do país, há duas semanas, teria sido um sinal de alerta de que o governo está indo além de sua capacidade? A modernização da infraestrutura decrépita do Brasil está avançando, mas lentamente. Bilhões de dólares em investimentos em portos, construção de estradas e no setor de energia existem apenas no papel, com a implantação atrapalhada por uma burocracia kafkaniana e um Judiciário moroso. Além disso, o país também não teve muito sucesso no combate à criminalidade.

O apagão em 18 Estados brasileiros levanta dúvidas sobre a real capacidade do Brasil decolar

Lula tem mais um ano no poder, após ter resistido à tentação de manipular a Constituição para garantir sua reeleição para um terceiro mandato. Ávido em preservar seu legado, ele tem buscado a indicação de sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sua sucessora, apesar da resistência dentro do próprio Partido dos Trabalhadores.

Rousseff, que foi integrante dos grupos guerrilheiros de esquerda após o golpe militar de 1964 e que posteriormente passou anos presa, tem uma reputação de tecnocrata competente, mas é vista como inacessível e autoritária. Ela está acompanhando o presidente em suas viagens pelo país, inaugurando novas estradas e usinas elétricas. Lula a apoia de modo tão determinado que até parece estar fazendo campanha para si mesmo.

Ela também está com ele em seu giro pelo Nordeste, apesar dos médicos terem removido um tumor de sua axila há poucos meses. Acredita-se que ela esteja curada e ela atualmente usa uma peruca após a quimioterapia. Seu rosto é pálido e seu sorriso parece congelado. O presidente a puxa para o seu lado quando ele caminha até o microfone, e ele menciona o nome dela repetidas vezes.
Elizete Piauí, ainda completamente embriagada pelo seu encontro com Lula, a viu pela televisão. Ela sabe que Dilma é a candidata de Lula e ela fará campanha pela ministra, apesar de que preferiria que Lula permanecesse no poder. "Eu votarei em qualquer pessoa que ele indicar", ela diz.
Lula também prometeu retornar. Antes do fim de sua presidência, ele planeja fazer outra viagem ao Nordeste para ver o quanto progrediram as obras no Rio São Francisco. Talvez, espera Elizete, ele terá atendido seu maior desejo até lá e ela poderá servir a ele um copo de água - de sua própria torneira, em sua própria casa.
Tradução: George El Khouri Andolfato

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lula o Filho do Brasil




Ora, era esperado a reação da mídia conservadora, representante do atraso e das velhas oligarquias se manifestarem contra o filme "Lula o Filho do Brasil".
Esta parcela da mídia hoje representado pelos jonais "O Globo" e "Folha de São Paulo", sempre estiveram ao lado do grande capital e das elites constituida dos Portugais; eles nunca apostaram na mudança, na possibilidade de um país melhor, de um povo soberano e de um governo capaz de transformar as atrasadas estruturas de um país espoliados pelos invasores de 1500.
Lula é hoje um dos homens mais importante do mundo segunda a revista Americana Forbes; isso devido ao seu trabalho, seu empenho contra a erradicação da pobreza, sua luta a favor dos mais pobres e, é por isso que estes meios de comunicação tem se manifestado contra. Agora venhamos e convenhamos, confundir arte, cinema com propaganda política é demais!!!
O filme é uma história verídica, baseada em fatos que ocorreram com a vida do nosso presidente, e ao mesmo tempo é uma grande obra de arte do cinema brasileiro, não tem nada a ver com o que estão relacionando. Isso me parecem um discusso político dos mais atrasado e sem conteúdo.
Mas isso era de se esperar como falei, o que importa é que, o filme promete ser um dos campeões de bilheteria de nossa história.
Lula é Lula e o resto é dor de cotovelo.
Ernando Correia de Oliveira
Praia Grande, 19 de novembro de 2009 

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Divisão na oposição parecem incontornável

Tomo a liberdade de, aqui neste espaço publicar esse belo artigo do companheiro Zé Dirceu sobre o comportamento da oposição, ou melhor, da confusão da oposição que está completamente perdida diante dos bons feitos do governo do Presidente Lula e do PT.

Fonte: http://www.zedirceu.com.br/

09/11/2009 13:44

Divisão na oposição parece incontornável

Vale bem uma reflexão...

Vale bem uma reflexão observar o contraponto político-partidário oferecido pelo momento atual: enquanto os tucanos e a oposição em geral parecem irremediavelmente divididos, o PT realiza esse encontro nacional (notas abaixo) que reuniu prefeitos, prefeitas e vices de todo o Brasil, em perfeita unidade em torno da candidatura Dilma Rousseff e da tese de que as próximas campanha e eleição presidenciais serão plebiscitárias
A busca de unidade na oposição fica cada vez mais difícil. Eles vivem a ofensiva da mídia contra o presidenciável tucano Aécio Neves, governador de Minas, e com o outro aspirante deles ao Planalto, José Serra, governador de São Paulo se escondendo.
Enquanto um evita assumir a candidatura, o outro vive se expondo.
A situação é ruim para ambos, também, porque travam uma disputa entre si; não têm alianças; o maior partido do bloco deles, o ex-PFL agora DEM, está dividido entre Serra e Aécio; o PPS, outra legenda deles só diminui e não conta; e não tem discurso e/ou bandeiras. Fora as novas e renovadas tentativas inúteis de desqualificar Lula e seu Governo, agora auxiliados até por entrevistas de Caetano Veloso e por artigos de Fernando Henrique Cardoso.
Enquanto estão às voltas com todo esse quadro, veem-se frente a um PT unido, mobilizado (que o diga essa reunião dos prefeitos em Guarulhos) com um processo de de eleição direta (PED) interno que caminha para uma vitória do ex-senador José Eduardo Dutra, e com aliados também coesos e animados - basta ver o tom das movimentações no PC do B, PDT, PP, PR, PRB e PMDB.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Entrevista do Lula

Vejam abaixo trechos da extraordinária entrevista do Presidente Lula, concedida está semana em Belo Horizonte - MG

Fonte: http://www.globo.com/

G1 política – Notícia - GLOBO


Cristo teria que se aliar a Judas no Brasil, diz Lula para jornal

Presidente deu entrevista em que fala sobre alianças políticas.

Lula chamou de correta a classificação de 'marolinha' sobre a crise.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "no Brasil, Jesus teria de fazer aliança com Judas", em entrevista para o jornal "Folha de S.Paulo" desta quinta-feira (22), se referindo aos acordos eleitorais.

Nunca me senti incomodado. Nunca fiz concessão política. Faço acordo. Uma forma de evitar a montagem do governo é ficar dizendo que vai encher de petista. O que a oposição quer dizer com isso. Era para deixar quem estava. O PSDB e o PFL (hoje DEM) queriam deixar nos cargos quem já estava lá. Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".

Na mesma entrevista, Lula também falou sobre vários outros assuntos, como as eleições de 2010 e a crise econômica.

Dilma
Segundo o jornal, Lula defendeu a escolha de Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, como candidata do PT para 2010. "Dilma é a mais competente gerente que o Estado brasileiro já teve. A capacidade de trabalho da Dilma, a competência, o passado político e o presente, me faz garantir que a Dilma é uma excepcional candidata a presidente da República. (...) Tem firmeza ideológica, tem compromisso, tem lealdade, sabe de que lado está". E garantiu: Dilma está "muito preparada" para ser presidente.

Em resposta aos que dizem que Dilma eleita equivale ao seu terceiro mandato, Lula disse que "é exatamente o contrário. Uma mulher que tem a personalidade que a Dilma tem. Conheço bem a personalidade dela. Isso vai exigir que eu tenha o bom senso de quando elegi o Jair Meneguelli presidente do sindicato de São Bernardo, o José Dirceu presidente do PT. Rei morto, rei posto. A Dilma no governo tem de criar a cara dela, o estilo dela, o jeito dela de governar".

Lula explicou na entrevista o acordo entre PT e PMDB para 2010. "Patrocinei uma reunião de líderes do PT com o PMDB, que fizeram uma nota. Haverá um acordo nacional, e a chapa será PT-PMDB". Sobre Michel Temer ser o vice nesta chapa, ele disse: "Não posso dar palpite. Quem discute vice é o candidato a presidente".

O presidente falou sobre os possíveis candidatos à presidência em 2010. "Na política, tudo pode acontecer. O Ciro [Gomes, deputado do PSB-CE] tem todas as condições de ser candidato a presidente. Sou um homem feliz. Feliz desse país, que tem o Ciro, a Dilma, o Serra [José Serra, governador de São Paulo, do PSDB], o Aécio [Neves, governador de Minas Gerais, também do PSDB], a Marina [Silva, senadora pelo PV], a Heloísa Helena [senadora do Psol]. Nesse espectro, não tem ninguém de extrema-direita ou conservador ao extremo. Todos têm história. Não acho que é mérito meu, não. Fernando Henrique Cardoso tem importância nisso, pelo fato de ter feito comigo uma transição excepcional".

Oposição
Sobre as críticas feitas por Serra ao seu governo, Lula se defendeu. "Quando se é oposição, você acha, pensa, acredita. Quando é governo, faz ou não faz. Toma decisão. O Serra participou de um governo oito anos. Tiveram condições de tomar decisões e não tomaram. Obviamente, qualquer um que for presidente, tem o direito de tomar a posição que bem entender. É como jogador bater pênalti. Brincando todo mundo marca gol. Na hora do pega para capar, até pessoas como o Zico e o Sócrates perderam pênalti" disse Lula.

Lula falou ao jornal sobre ter um governo popular e a oposição liderar nas pesquisas. "Lógico que é recall. O fato de ter um candidato da oposição que é governador de São Paulo, já foi candidato a presidente, que já foi senador, que já foi ministro, tem uma cara muito conhecida no Brasil inteiro. Obviamente, a transferência de voto não é como passe de mágica. Vamos trabalhar para que a gente possa transferir todo o prestígio angariado pelo governo e pelo presidente para a nossa candidatura".

Sobre temer uma uma chapa Serra-Aécio, o presidente responde com voz firme: "Não". E perguntado sobre ter pedido a Aécio para ele não ser vice de Serra, Lula sorri e continua: "Não, não".

Segundo o jornal, Lula defendeu as viagens em que aparece acompanhado de Dilma e chamou de "debate pequeno" a acusação de campanha antecipada. "Você passa o tempo inteiro plantando a sua rocinha. É justo que, quando ela ficar no ponto de colher, você vá colher. Foi grande o sacrifício que fizemos para o Brasil voltar a investir em infraestrutura. (...) Ninguém pode ser contra a Dilma ir às obras comigo. Até porque, se ela for candidata, a lei determina quem tem prazo em que ela não poderá mais ir. Até chegar lá, ela é governo. É um debate pequeno".

Sarney e Collor
Perguntado pelo jornal sobre não ter abandonado o senador José Sarney (PMDB-AP) durante a crise do Senado, Lula disse que foi por "uma razão muito simples. O PT teve candidato a presidente do Senado, derrotado [Tião Viana, do Acre]. Não entendi porque os mesmos que elegeram Sarney, um mês depois, queriam derrubá-lo. Coincidentemente, o vice não era uma pessoa (Marconi Perillo, PSDB-GO) que a gente possa dizer que dá mais garantia ao Estado brasileiro do que o Sarney. A manutenção do Sarney era questão de segurança institucional. O Senado está calmo. Está funcionando. Qualquer cidadão pode perder a cabeça, um presidente da República não pode perder a cabeça".

O presidente continua: "A queda do Sarney era o único espaço de poder que a oposição tinha. Aí, ao invés de governabilidade, iam querer fazer um inferno neste país. Foi correta a decisão de manter o Sarney no Senado".

Sobre quem admira vê-lo abraçado com Fernando Collor, Renan Calheiros, Jader Barbalho ou Sarney, o presidente disse que "o cidadão que admira o Lula tem de saber que essas pessoas foram eleitas democraticamente. E o eleitor dessas pessoas é tão bom quanto ele".

Lula disse não ter mágoas da campanha de 1989, quando concorreu à presidência contra Collor e perdeu. "Minha relação com o Collor é a de um presidente da República com um senador de um partido que faz parte da base da base. Os senadores do PTB têm votado sistematicamente com o governo. Não tenho razão para carregar mágoa ou ressentimento," garantiu Lula.

Crise
Segundo o jornal, Lula chamou de correta a classificação de "marolinha" da crise que gerou desemprego e derrubou o crescimento da economia de 5% ao ano para 1% em 2009 em cenário mais otimista. "Foi correto. Temos que separar a crise em dois momentos. Até setembro de 2008, discutíamos a crise do subprime quando ainda não havia o problema dos bancos. (...) Quando veio o Lehman Brothers [quebra do banco americano de investimentos em setembro de 2008], aconteceram duas coisas graves. O dinheiro desapareceu. Uma empresa como a Petrobras passou a pegar empréstimos na Caixa que seria destinado a pequenas empresas brasileiras".

Segundo o presidente, "as coisas não aconteceram aqui como em outras partes do mundo porque nós tomamos medidas imediatas. (...) Nos debates com empresários, a minha inconformidade é que houve no mês de novembro e dezembro uma parada brusca desnecessária de alguns setores da economia".

Lula criticou ao jornal a atitude do setor empresarial, tendo como exemplo a Vale, a Embraer e os bancos privados que secaram o crédito. "Foi precipitação do setor empresarial, que deveria ter tido tido a tranquilidade que o governo teve. Deveriam ter ouvido o pronunciamento de 22 de dezembro em que fui à TV contraditar a tese de que as pessoas não iam comprar com medo de perder o emprego. Fui dizer que iam perder emprego exatamente se não comprassem". Perguntado sobre ter comprado algo durante esta período, o presidente respondeu: "Lógico. Comprei geladeira nova".

Sobre governar para todos, pobres e ricos, ele disse que "a burguesia [brasileira] era a que que sempre foi, a burguesia que está sempre querendo mais. Da minha parte, não existe preconceito. Tenho consciência de que estão ganhando dinheiro no meu governo como nunca".

Juros
Com o dólar no patamar de R$ 1,70 e juros ainda altos na comparação com outros países, ele falou ao jornal sobre não temer viver uma crise cambial em 2010 ou deixar uma bomba-relógio para o sucessor. "Nunca trabalhei com juros altos tendo como parâmetro outros países", disse. Lembrado que os juros no Brasil são altos e que sempre reclama disso. "Sei. Mas trabalho na comparação com o que era. Em vez de ficar achando que a calça do outro é apertada, eu vejo a minha de manhã. O Brasil tem a menor taxa de juros de muitas décadas".

Lula disse acreditar que a taxa básica poderia estar mais baixa. "Poderia. Mas, descontada a inflação, temos 4%, 4,5% de juro real. Há muitas décadas o Brasil não tinha esse prazer. O problema hoje é o spread bancário, que ainda está alto, e o governo tem trabalhado para reduzir".

IOF e IPI
Lula explicou na entrevista a decisão de taxar IOF da entrada de capitais estrangeiros no país. "Antes que aconteça uma superentrada de dólares no Brasil, reduzindo muito o valor do dólar em relação ao real, criando problema na balança comercial, e com algumas empresas exportadores tendo problema, nós demos um sinal com o Imposto sobre Operações Financeiros (IOF), que passou a ser cobrado no ingresso de capitais. Demos um sinal para ver se a gente equilibra," disse.

Segundo o jornal, especialistas dizem que a medida será inócua. "Se for inócuo, mudamos. Há uma disputa. O setor produtivo totalmente favorável, e o financeiro totalmente contrário. Isso é importante, porque significa que o governo está no caminho do meio, e aí é mais fácil a gente acertar", completa o presidente.

Lula não quis confirmar se haveria prorrogação da isenção de IPI para a linha branca. "Essas coisas a gente não diz sim ou não com antecedência. Se eu disser agora que vai ser prorrogado, as pessoas que iam comprar agora deixam de comprar". Peguntado se tem simpatia pe prorrogação, Lula respondeu: "Tanto que tenho simpatia que fiz a desoneração".

Poupança e Restituição
Lula confirmou na entrevista que o governo vai enviar ao Congresso o projeto para cobrar IR de poupanças acima de R$ 50 mil. Mas ressaltou que "poderemos discutir outras bases".

Lula falou ainda sobre sua ordem para normalizar o pagamento da restituição do IR. "Não havia nada de anormal. No Brasil, já tivemos momentos em que a devolução atrasou. No nosso governo, tivemos momentos em que adiantou. Tem que pagar. Nós precisamos de consumo. Precisamos que o povo tenha dinheiro para comprar. Falei com o Guido [Mantega]: Guido, nós precisamos que o povo tenha dinheiro para comprar. O povo tem de ter o dinheiro em dezembro".

Imprensa
Lula falou também sobre o papel da imprensa. "Como presidente, nunca fico incomodado. Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. O papel é informar. Para ser fiscal, tem o Tribunal de Contas da União (TCU), a Corregedoria-Geral da República, tem um monte de coisas. A imprensa tem de ser o grande órgão informador da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios ao governo, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos. A única que peço a Deus é que a imprensa informe da maneira mais isenta possível, e as posições políticas sejam colocadas nos editoriais".